I N I C I A Ç Ã O - Por Mário Sassi
E assim, por três anos, eu acompanhei a Clarividente, à espera da minha iniciação, sempre advertido por ela da visão do meu quadro espiritual.
O trabalho mediúnico era um teste diário. Embora me dedicasse ainda às atividades normais da vida, todo meu tempo livre era empregado no Templo ou junto a ela, à espera de ensinamentos. Essa vida era cheia de imprevistos, de acontecimentos. Nesse tempo, registrei a maioria dos casos pessoais mais marcantes na Doutrina. Começava, então, a me sentir preparado e em melhores condições de assimilar forças espirituais, nos contatos com outros planos.
Um dia, Pai Seta Branca, o supremo dirigente da nossa falange, incorporou em Neiva e fez minha iniciação.
- Meu filho, – disse ele – você é um missionário de Deus e, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, terá que anunciar as premissas da civilização do III Milênio, recebidas por intermédio desta médium clarividente. Você dará testemunho do Espírito da Verdade, cuja missão é marcar a transição milenar. Os três anos que teve de aprendizado e disciplina seriam poucos se não fosse a grande bagagem de que é portador, pelas vidas que já teve neste planeta. Hoje mesmo, dar-lhe-ei as provas dessas vivências transcendentais. Mas não tente, nunca, ultrapassar a verdade, pois o Homem se alimenta, apenas, daquilo que se pode dar testemunho. A transição real irá começar em 1984, quando Capela, o Planeta Monstro, fizer sentir à Terra sua ação.
Nesse ponto, perguntei a ele se, realmente, tinha condições para essa missão de tanta responsabilidade. Ele, como se não me tivesse ouvido, continuou:
- Abrirei para você um novo mundo, e você escreverá com o Espírito da Verdade. A Clarividente, que coloco à sua disposição, tem seus olhos entregues a Nosso Senhor Jesus Cristo. Também você confiou a Ele sua paz e sua tranqüilidade, cujo penhor é a ausência de qualquer deslize moral. Tudo será feito por amor de um Deus todo poderoso, e estarei aqui sempre que você precisar de alguma afirmação.
Em seguida, ele abandonou o aparelho e Neiva voltou a si, após breves minutos. Tão pronto ela retomou a consciência, contei-lhe o que tinha havido, e ela não demonstrou surpresa. Disse-me, então, que, na madrugada anterior, havia assistido à cerimônia da minha iniciação, numa Casa Transitória.
Diante dessa notícia, pedi a ela que me descrevesse como se transportava para esses contatos com o mundo espiritual. Ela me explicou que o transporte era um precioso instrumento mediúnico, mas que dependia muito de disciplina e treinamento.
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